25/02/2014

Geração Y – Cowboys vs. Indians


via Byline

A geração da efemeridade ganha espaço

por Thiago Loreto

Geração Y

Confesso: eu adoro as crises que a nossa geração sofre. E sofre numa intensidade tão piedosa que eu quase sofro uma autoflagelação. Mas sou fascinado mesmo, acho incrível nosso modo prematuro e agonizado de sobreviver ao nosso próprio caos.

Somos, em boa parte, vacinados, maiores de idade e mentalmente/ sentimentalmente (in)dependentes. E, por isso, somos carne nova nesse grande zoológico. Todos são e estão bastante curiosos para saber como nos comportamos, do que somos capazes, até que ponto temos informação própria e até que ponto damos Ctrl V no que absorvemos.

Geração Y

Ilustração; Kendra

Hoje temos, e devemos ter, um discernimento maior do que rola ao nosso redor (alô desinformados, acordem!) e devemos ser eternamente gratos aos nossos antepassados mais vorazes pela carga social construída ao longo das décadas. Por vivermos tanto em função da casa de vidro Forte Apache que sempre constroem ao nosso redor, vivemos na corda bamba. Crescemos pra sambar nela e nosso objetivo é sempre não cair.

Da capacidade de trabalho braçal à mental, muita coisa mudou e muita barreira se colocou, mas o que de fato acontece, é que muita gente ainda não se posicionou. Veja bem, de uns 10, 15 anos pra cá as outras gerações tiveram que engolir a nossa entrada no mercado de trabalho, com os profissionais de propaganda criativões e milhares de djs.

Geração Y

Ilustração: Raphael Vicenzi

De uns 5 anos pra cá, a dose, que era homeopática, virou cavalar. Uma surra de designers, fotógrafos, blogueiros, analistas de mídias sociais, programadores e outros profissionais do mundo 2.0, até então pouco (re)conhecidos pipocaram no universo. Longe de ser algo negativo, mas o fato é: acabou atraindo mais olhares para o nosso Forte Apache e uma avalanche de questionamentos, tais como "Isso qualquer um pode fazer".

O auge da ironia da vida é que, homeopaticamente, as gerações passadas começaram a acreditar mais no nosso samba, nas nossas escolhas profissionais e em uma relação interdependente entre as partes. Em contrapartida, uma autossabotagem da nossa própria geração. Se antes existiam os profissionais chamados de eugência, hoje temos outros bastante versáteis também. São os heavy users de redes sociais que se tornam analistas, os grandes fotógrafos profissionais de iPhone, os sobrinhos designers de Corel Draw, o leitor de revista que é blogueiro expert em todo e qualquer assunto… e por aí a bagunça vai e a corda bamba cai.

Geração Y

Campanha da coleção de Bobby Abley

Mas se tem uma coisa que me fascina e me orgulha, acima de tudo, é que hoje somos cientes que devemos colocar suor e coração em tudo o que nos propusermos a fazer, e que o samba não pode parar.

Atenção: este não é um texto generalizado, apenas um ponto de vista intenso e reflexivo. Peace out!

Nenhum comentário:

Postar um comentário