Diferença entre gerente e líder
Bennis descreve as principais distinções que caracterizam comportamentos
de gerentes e líderes, como a seguir:
? O gerente administra; o líder inova.
? O gerente é uma cópia; o líder é original.
? O gerente focaliza-se em sistemas e estruturas; o líder focaliza-se nas pessoas.
? O gerente apoia-se no controle; o líder inspira confiança.
? O gerente tem uma visão a curto prazo; o líder tem uma perspectiva a longo prazo.
? O gerente pergunta como e quando; o líder pergunta o quê e por quê.
? O gerente tem os olhos sempre nos limites; o líder tem seus olhos sempre no horizonte.
? O gerente limita; o líder dá origem.
? O gerente aceita o status quo; o líder o desafia.
? O gerente é o clássico bom soldado; o líder é a sua própria pessoa.
? O gerente faz certo as coisas; o líder faz a coisa certa. (1996, p. 49)
Ao se apresentar mais uma distinção entre o líder e o gerente, diz-se que o líder opera sobre os recursos emocionais e espirituais da organização, sobre seus valores, comprometimento e aspirações. Em contrapartida, o gerente opera sobre os recursos físicos da organização, sobre seu capital, habilidades humanas, matérias-primas e tecnologia.
Um gerente competente pode providenciar para que o trabalho seja feito de forma produtiva e eficiente, seguindo o cronograma e com um alto nível de qualidade. Mas fica a cargo do líder efetivo ajudar as pessoas a sentirem orgulho e satisfação em seu trabalho, impulsionando-as a altos níveis de realização. É um apelo emocional para algumas das necessidades humanas mais fundamentais ? a necessidade de ser importante, de fazer diferença, de sentir-se útil, de ser parte de uma empresa de sucesso e de valor.
Segundo Kotter (1990), não se deve imaginar que gerência e liderança sejam a mesma coisa, bem como não se deve acreditar que a habilidade de liderança seja uma qualidade e que a de gerência seja menos nobre do que esta. As organizações precisam dos dois tipos de profissionais e cada um deles apresenta diferentes soluções quanto ao seu processo de posicionamento e atuação nos diferentes cargos dentro das organizações.
O autor acrescenta que os gerentes lidam com a ?complexidade? das empresas, sendo que esta complexidade foi potencializada na segunda metade do século XX com o advento das grandes corporações. Sem a devida ação dos gerentes, esta complexidade acaba por comprometer sua própria existência.
Para trazer ordem e consistência à organização, o autor acredita que a ação a ser isolada pelos gerentes deve ser planejar e programar orçamentos, organizar e colocar eficientemente subordinados nas funções chaves e, finalmente, controlar os resultados e resolver problemas eventuais.
Por sua vez, os líderes enfrentam as ?mudanças? ocorridas nas organizações, principalmente nos dias de hoje, em que a mudança tecnológica, a desregulamentação dos mercados, entre outros fatores, contribuem para esta tendência de transformações. Para acompanhar este ritmo, mudanças significativas nas corporações são necessárias, e é justamente por isso que a demanda de líderes cresce a cada dia.
Kotter afirma ainda que, para os líderes, a ação predominante é estabelecer uma direção, a chamada visão do futuro, para então alinhar os indivíduos aos interesses da organização. Um dos motivos que contribuem para o mau aproveitamento de líderes e gerentes é a diferença de atitude diante da necessidade de mudanças. Já vimos que uma das principais características do líder é aquela que confere a ele o poder de mudar o status quo vigente. Por contraponto, porém de maneira complementar, a do gerente é justamente manter a continuidade desse mesmo status quo. É comum constatar que, frequentemente, líderes são posicionados em cargos cuja descrição não retrata nenhuma exigência em operar qualquer tipo de mudança. Da mesma forma, a um grande número de gerentes é solicitado atuar como agente de mudança, em lugar de se pedir a eles que cuidem da estabilidade organizacional.
Fonte: Administração Geral e Pública para Concursos. Giovanna Carranza. Editora Juspodivm
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