Independente de seu local de trabalho ou estilo de vida: todos queremos ter uma boa aparência. E, dentre outro fatores, estar bem vestido contribui muito para um visual mais sofisticado. O editor da revista Esquire, David Griger, em uma carta aberta aos homens de todo o mundo, explica a partir de sua própria experiência como se vestir bem em uma versão definitiva.
Como se vestir bem
por David Granger
Primeiro, você tem que querer. A certa altura do meu ofício como jornalista esportivo, descobri porque atletas importantes desdenhavam da vasta maioria deos repórteres. Não era por sermos pequenos e fracos. Nem porque fazíamos perguntas indelicadas e escrevíamos artigos de que eles não gostavam. Não.
Era porque nos vestíamos como o capeta. Cheguei a essa conclusão depois de ver uma foto minha, sentado no banco de reservas do Cincinatti Red (time de Baseball), entrevistando seu principal batedor. Ainda posso ver a camisa xadrez de mangas curtas que ey estava usando naquela foto.
Ainda posso sentir a humilhação que me veio quando percebi que o superastro deve ter me olhado pela primeira vez, e pensado imendiatamente: escritor. Ele me desacreditou de cara. E não estava errado em fazer isso.
É difícil ter sucesso se você é desacreditado, se você é um entre vários. Você pode seguir em frente, claro. Burocratas seguem em frente. Mas o ato de se vestir -o estilo – se baseia em se sobressair; é fazer uma declaração sutil, e a declaração é simplesmente esta: "Sou diferente". Você pode ser tão pouco convencional que a declaração pe lida como: "Sou melhor" ou "Sou um idiota". Há uma linha tênue. Nick Sullivan, o diretor de moda, da Esquire, usa uma frase para descrever o que estamos falando: os 10 por cento extra.
O segredo para se vestir bem é simplesmente este: você tem de querer. Se não quiser, isso simplesmente não vai fazer parte da sua vida. E isso não é uma coisa terrível. Estilo é um ato cuidadoso de boa vontade. Eu me lembro de quando comecei a me importar. Comprei algumas peças – peças pelas quais podia pagar. Alguns ternos escuros, umas boas camisas – a maioria branca, no início, depois algumas listradas, umas gravatas básicas – uma preta tricotada, uma mesclada de cinza e cinza escuro.
Mas nada importava até a manhã em que fiquei na frente do meu armário e pensei sobre o que eu ia usar.
Naquela manhã, ou pouco depois disso, eu me lembro de olhar no meu humilde guarda-roupa e querer tentar algo que eu nunca tinha tentado antes. Não me lembtro de qual combição era, mas foi um momento importante, de exploração de possibilidades. Eu não tinha mais uniformes, tinha opções. (…) 
Eu errei bastante e ainda erro. às vezes vou para meu escritório, depois de me vestir na penumbra ao amanhecer, e penso: estou usando isso? Que nojo! É coisa de um dia. Amanhã, vou passar noventa segundos pensando melhor, e vou em frente.
(Carta extraída do livro Manual de Estilo Esquire. Companhia Editora Nacional, 2012)
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